segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Manifesto contra o efeito Dragonball

Uns dias atrás li O Espírito da Flecha, arco de histórias do Arqueiro Verde (sem trocadilhos), escrita por Kevin Smith. Na trama, Oliver Queen ressuscita e precisa descobrir por quais motivos e por que possui memórias até os anos 80. Como não poderia ser diferente, a série é muito bem escrita e indispensável para os amantes de uma boa HQ.

Porém, sou um militante contra o efeito “Dragonball” nos quadrinhos de super-heróis: matar um personagem e revivê-lo para vender mais revistas. Não é apenas insensato, como um desrespeito ao leitor regular.

Por exemplo, o que aconteceu com o Batman. Quando mataram Bruce Wayne e passaram seu manto para o Dick Grayson (primeiro Robin), achei maravilhoso. Era como presenciar o fim de uma era e ansiar por novas perspectivas de um dos meus vigilantes favoritos. Deu movimento a uma cronologia de quase 80 anos, algo difícil de fazer.

Mas a volta do velho Bruce já foi anunciada, e tudo que ocorreu no último ano passará como um dia no clube ou um bate volta na praia: gostoso, mas dificilmente muda a vida de alguém. A editora vende rios de revistas e a história que se dane. E o pior: essa estratégia é bem comum, visto a quantidade dos heróis que já foram pro beleléu e voltaram pra contar história: Superman, Flash, Lanterna Verde, Capitão América, Nick Fury...

Por fim, fica um apelo: querem vender revistas? Não precisa matar ninguém. É só escrever boas histórias.

P.S.: Ao usar o termo "efeito Dragonball", não estou comparando a obra do Toriyama com a exploração desmedida da morte de personagens de Hqs. Amo Dragonball e usei o termo por ser comum seus personagens morrerem e ressussitarem. Mas mangá é diferente de Hq. No Dragonball, pode!

Um comentário:

  1. Por isso que toda vez que eu leio que algum personagem importante em HQ vai morrer eu penso: "Ah... nossa... whatever né".
    Dá pra contar nos dedos quantos personagens de HQs morreram "De verdade"... Se é que tem algum.

    Acho deprimente, mas já é uma coisa que eu relevo de HQ, porque duvido que um dia vai mudar...

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