sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Pra esquentar...



Para abrir o blog, decidi começar por uma HQ que me fez matar saudade dos tempos de boas histórias Homem Aranha: Caído entre os mortos, de Mark Millar (o mesmo do O Procurado). Na história, após a prisão do Duende Verde (o que rendeu a Peter alguns machucados e gastos com analgésico), tia May é sequestrada e o amigão da vizinhança tem que correr atrás do tempo para salvá-la, além de descobrir quem o sacaneou. Até aí, sem novidade. Porém, a humanidade que Millar pôs no personagem, que em seu desespero faz aliança até com alguns vilões, me fez lembrar do tempo em que o Aranha comia cachorro-quente com o Demolidor, num dos becos da Cozinha do Inferno. Apesar de despretenciosa, a história traz elementos que há muito eu não via numa revista do Araquinídeo, como um herói adulto, desesperado e cansado, contrastando com aquela visão do Peter adolescente, cheio de vigor. Vê-lo cuidar das contas de casa, trabalhar, e encontrar tempo para bater em supervilões é espetacular.

Digo tudo isso pois há algum tempo me decepciono com o que a Marvel com um dos meus personagens favoritos, transformando-o num Peter Pan e bagunçando toda sua cronologia. Não falo por saudosismo, mas toda vez que acontece algo na vida do Aranha que representa envelhecimento, os caras dão um reset. Já sumiu uma filha, tia May já reviveu diversas vezes (sem falar do Harry), e recentemente acabaram com o casamento do cara. Vejo isso como um desrespeito ao leitor, que está cansado de engolir pactos com o Mephisto, clones e fugas miraculosas. Se a desculpa é atrair novos leitores, o universo Ultimate está aí para isto.