quinta-feira, 19 de março de 2009

Um pouco de mim

Em frente a minha casa existe um terreno baldio. Um pouco maior que um campo de futebol, mal cuidado, inclusive fonte de diversas pragas como ratos e baratas. Mesmo assim o “mato”, como é conhecido, foi cenário de muitos bons momentos da minha infância.
Lembro-me do lugar cheio de crianças soltando pipa, brincando de guerra de mamonas, e caçando algum bicho peçonhento. Quando aquele campo era usado para criar cavalos, certa vez ri por horas quando vi os equinos se acasalando.
Para desespero das mães, o “mato” também era usado como teste de coragem entre os garotos. Adentrar no terreno a noite para buscar uma bolinha perdida durante um jogo de taco era apenas para os mais desbravadores. Desnecessário dizer que nossas progenitoras odiavam ver seus filhos no terreno, a mercê de diversas doenças.
Há alguns dias disseram-me que a situação do “mato” foi regularizada e será construído um condomínio no local. Fiquei triste com a notícia, mas sorri imaginando que, no futuro, encontrarei as crianças do condomínio e direi: “sabia que tudo isso já foi coberto de mato?”